Necessidade latente

Oh grande e onisciente mestre, estava com saudades. Podemos conversar?
Sempre tenho um tempinho pra você meu terráqueo preferido.

Ando me sentindo péssimo, que será?
Sua careca.

Pára com isso mestre, estás de gozação né?
Não. Fale-me a respeito.

De quê?
Da careca terráqueo. Como tudo começou?

Tá bom. Quando eu tinha uns trinta anos começei a perder cabelo. Fiquei muito deprimido, até pesquisei alguns remédios e fórmulas.
Algo mais?

Nada mestre. Tentei de tudo. Óleos especiais e cremes. Meu cabelo vivia ensopado.
Mas você procurou algo mais?

Fui atrás de processos cirúrgicos. Mas é coisa dolorida para meu gosto.
Isso encerrou suas buscas né?

Não. Tentei ainda as perucas, mas fiquei deprimido com minha imagem.
E então desistiu?

Sim. Deixei o problema da careca de lado. A vida continua mestre, até dizem que é dos carecas que elas gostam mais né?
Pode ser, caro terráqueo. Não posso prometer nada, isso depende delas né?

Você está sendo sarcástico né?
Bem, com certeza tem mais coisas do que isso na vida.

Este diálogo fictício se não é particularmente divertido em alguns aspectos, pode ser muito útil para compreender a postura do terráqueo careca. Tendo decidido que não havia uma solução satisfatória para a sua precoce calvíce, diminuiu a urgência e deixou de dar atenção ao problema deixando-o de lado em sua memória subconsciente.

Por quê? Porque ele descobriu que não poderia controlar o problema, e transformou-o em uma necessidade latente. Este é o ponto que revela o verdadeiro filme e mostra em tela gigantesca como uma multidão de possíveis compradores convive com as suas necessidades latentes. Necessidades estas que dependendo dos méritos de seus produtos ou serviços, podem até se transformar em vendas. Só depende de você e de sua empresa descobrirem estes muitos compradores em potencial.

Esqueça o terráqueo careca porque esse sou eu. Ache os tais compradores cuja necessidade está arquivada, e conduza-os a uma visão em que você é a solução aceitável.

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